quarta-feira, 4 de junho de 2008

Schopenhauer

Estou terminando de ler “A Cura de Schopenhauer”. Faltam algumas poucas páginas que eu estou guardando para ler num momento especial. Não queria que o livro estivesse acabando... Ele me conforta. Tudo bem que Schopenhauer era extremamente pessimista e que o personagem da estória que vive de acordo com seus paradigmas irrita qualquer leitor. Mas, confesso, e podem me chamar de desiludida, pessimista ou o que for, que gostei de muitas idéias desse cara e estou até adotando algumas para a minha vida. Foi meio inconsciente, no início, mas quando me dei conta, percebi que estava vivendo meio que dentro do livro. Que complexo!
Na verdade acho que adaptei suas idéias à uma forma de vida que, no momento, estou julgando adequada para mim. Desapego é a primeira delas. Os nossos sonhos têm que ser construídos em cima de nós mesmos. Não vá achando que alguém nesse mundo vai encarar seus problemas (e nem mesmo suas alegrias) com você. Isso é pura ilusão. Ninguém está preocupado com ninguém, a verdade é essa. E não me diga que acredita na ilusão do amor. As pessoas dizem que amam o outro, mas o que elas amam mesmo é o prazer que o outro lhe proporciona. A partir do momento que o objeto amado não puder mais ceder tanto prazer, acabou-se. Não existe amor.
Por isso, cada um deve se amar. Amor-próprio. Essa é a chave. Não concordo quando Schopenhauer diz que devemos viver no isolamento. Podemos socializar, afinal ninguém é melhor que ninguém. Mas sabendo que aquelas relações são passageiras. É um erro construir planos baseados no outro. A vida é apenas de um. Prova disso é o fato de podermos viver sozinhos, independentes na sociedade. Convivendo sim, mas sem laços fortes. Cada um cuida de si e se quiser ajudar ao próximo, ótimo, mas, por favor, não espere nada em troca. A recompensa dificilmente virá.
Estou achando que no final do livro, o personagem que vive a pele de Schopenhauer vai perceber o quanto é importante o amor ao próximo. Aí que a estória vai me decepcionar. Mas, como nos filmes Hollywoodianos, o final tem sempre que ser o esperado pelo público. O livro é um Best seller, um produto. Vivemos no capitalismo.

Um comentário:

Daniel Souza disse...

" As pessoas dizem que amam o outro, mas o que elas amam mesmo é o prazer que o outro lhe proporciona. A partir do momento que o objeto amado não puder mais ceder tanto prazer, acabou-se. Não existe amor."


FODAAAAAA!!!