segunda-feira, 30 de maio de 2011

Vazio (mais um)

Sem sal. Nem açúcar. Cinza como os últimos dias de maio no Rio de Janeiro. Mais uma noitada, mais uma derrota. Estamos sempre em busca e quando não há busca, há vazio. É preciso um corpo para aquecer esse inverno. Falta até tesão. Deve ser a idade. Ficam mais prioritários o cinema e a pipoca. Eca!

Ainda bem que tenho dois cobertores. E ninguém pra dividir. Tem feito frio, tenho tido preguiça de começar e quando olho em volta não quero mais os mesmos beijos sem graça. Começo a acreditar no que meus pais me diziam: não é a paixão, é a situação. A pessoa precisa estar procurando. Não existe muito isso de quando é a pessoa, é o momento. Na verdade, é o oposto. O momento faz a pessoa.

Mas hoje as mulheres têm sido tão fáceis (e me incluo nessa) que não há motivo para que os homens mantenham-se com uma única. Se eles podem ter a mim e a todas as minhas amigas quase que ao mesmo tempo, por que escolher apenas uma? Por outro lado, se nós mulheres não aceitarmos algumas dessas situações, ficaremos assim como a minha chefe: sem nenhum amiguinho para dar uma alegrada na quarta-feira cinza.

Realmente não sei o que tem me feito mais feliz. Sexos casuais que terminam em lágrimas na manhã seguinte ou vida solitária sem uma história para contar? No primeiro caso, vive-se na roda gigante, no segundo, vive-se um vazio concreto. Porém, casos e mais casos aumentando a lista de tamanho, grossura e formato de perus também trazem vazio sentimental.

Resta saber qual o tipo de vazio se adéqua melhor a mim.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Minha maior e mais verdadeira amiga,

27 anos depois eu percebi que tenho TPM. E hoje ela está aqui comigo: não consigo produzir nada e só penso no doce de leite que tem lá em casa. Para passar o tempo que não passa, decidi ler textos antigos no seu blog. E como é gostoso ter saudade do tempo que, embora não passe, passou. É sinal que vivemos intensamente cada minuto. Perdidas nas luzes coloridas das noitadas, com o efeito do álcool e nossas ilusões de paixões que terminam no dia seguinte. Ou não.

Foram muitos e a certeza que tivemos é que o próximo é sempre o melhor. Mas só temos a certeza disso quando o próximo vira atual. E quantos homens da nossa vida encontramos, em cada esquina, em cada volta de noitada. E quantas angústias, risadas, lágrimas, paixões e inseguranças. Quantos personagens que hoje nada significam e mal lembramos nomes, defeitos ou qualidades. Homens que não namoramos, embora eles tenham nos namorado. Homens que não são homens e meninos que se tornaram homens.

E nessa loucura de vida, onde ninguém é importante, nos divertimos a cada gole de cerveja. A cada refrão que cantamos pelos cantos da cidade. Ilusões e expectativas. Realizações e sonhos. E no carnaval da vida, vivemos tantos carnavais. Cada um deles com suas fantasias.

Aprendemos e crescemos juntas com a certeza que os textos antigos mostram o quanto nossa vida foi mais especial por termos uma a outra. Os demais personagens de cada uma das histórias ficaram apenas na lembrança. Em meio a tantos coadjuvantes, nós fomos e sempre seremos as personagens principais.

E que assim seja. Para sempre.

Inspirado em http://brrrrog.blogspot.com/2009/12/ate-o-ultimo-biscoito-do-pote-ja-foi.html

quarta-feira, 18 de maio de 2011

PAZ

Então você me pergunta “o que eu posso fazer para te ajudar?”.

Você não pode fazer nada, ninguém pode. Só eu mesma. Eu ando bem, muito bem. Determinada, concentrada, calma. Muito calma. Domingo eu chorei e foi então que você quis me ajudar. Mas as lágrimas às vezes são esclarecedoras. A gente chora e entende o que pode ficar ainda melhor. Foi isso que aconteceu.

Estou sozinha e assim quero permanecer. Estou livre até nos meus pensamentos. Tenho até dormido. Trabalho sem reclamar e estou paciente. Dirijo muito E sem estresse. Vejo TV e presto atenção no que está sendo dito. Bebo bem menos, como idem. Transo idem.

Sinto-me melhor e escolhi o que me faz bem. Entendo os outros, embora não concorde. E convivo. SOCIALIZO. Não cobro, não busco, não anseio. Vou com calma e paz.

Tenho PAZ.