terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O carnaval foi a tanto tempo. Estamos na era dos 5 minutos. Deve ser essa pós modernidade, que não nos dá oportunidade de pensar, contestar e conversar. Lemos o jornal no ônibus, escovamos o dente no banho, almoçamos falando ao celular. Não jantamos, não conhecemos, não amamos. Não há tempo. Temos 5 minutos para fazer uma apresentação para o cliente. Temos 5 minutos para ouvir a amiga tristinha. Temos 5 minutos para passar a roupa do trabalho. Temos 5 minutos para comer um sanduíche, 5 minutos para estudar para a prova, 5 minutos para lembrar da família. Temos 5 minutos para sentar num bar e 5 minutos para dormir, antes de acordar novamente. O sexo, se durar 5 minutos, sinta-se premiado(a). Temos 5 minutos para falar, sentir e apaixonar. Temos 5 minutos para fingir, beber e acreditar. O amor da pós modernidade dura 5 minutos.
Você durou 1 minuto. Eu devo estar ultrapassada, ainda não me acostumei com essa modernidade toda. Você durou todo o meu carnaval, que se acabou nesse (1) minuto.

Próximo?

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

(E)agora?

Eu te quero tanto. Mas é um tanto que não tem tamanho. Eu te quero como nunca quis ninguém. Porque eu simplesmente te quero de verdade. Eu não fingo que te quero. Eu não forço te querer. Eu te quero. Mesmo sem trabalho, mesmo sem gozo. Eu te quero do meu ladinho, de mão dada. Eu te quero bem clichê, um namorado que dá boa noite dizendo me amar. Eu te quero elogiando meu sorriso e meus peitos. Eu te quero na fila do banheiro comigo. Eu te quero com todos os seus defeitos, porque você, ah, você eu quero. Eu te quero até com a mesma roupa todos os dias. Eu te quero me matando de ciúmes. Eu te quero até mesmo sabendo que não sou nada perto do futebol. Eu te quero.
Eu te quero porque você chegou, tão de repente, e me conquistou. De uma forma tão verdadeira, tão intensa e tão sincronizada. Você me tirou do chão. E não era isso que eu queria. Você fez tudo que eu não queria, e mesmo assim eu te quero tanto. Eu quero te apresentar para o meu chefe. Eu quero te fazer café da manhã. Se você quiser, eu até compro a cerveja para o jogo do Flamengo, porque eu te quero.
E eu digo, digo mesmo, que não é fácil querer alguém assim. Tantas vezes me forcei a querer uma relação. Mas, você eu quero. E morro de medo. Você também. Tenho medo de você fugir, de não encarar. Tenho medo de perder tamanha sintonia. Tenho medo de tanta coisa. Mas eu te quero. E fui te querendo mais a cada dia. Hoje penso como pude não querer ser só sua, naquele delicioso sábado de carnaval. Hoje eu te quero e até digo que sou sua namorada. Mas é de brincadeira. Digo isso apenas quando você me pergunta o que você é. Você é meu. Está no meu coração. Eu te quero. Você parece me querer. Mas tem medo. Eu também.
E agora?

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Acabou?

E ele chegou. Numa época boa de verão. Num calor rachante e o suor escorrendo pelas costas. Ele chegou no sol, nas ruas do Rio de Janeiro. Ele chegou misturado à ansiedade, expectativa e preparativos. Ele chegou e me fez sorrir, cantar e amar. Ele chegou, diferente de todos os outros. Ele chegou para mim, para quebrar a minha rotina. Ele chegou entre todas as minhas amigas. Ele me fez acordar e dormir mais feliz. Ele me fez dançar e gritar na rua. Ele me fez simpática. Ele me fez carismática. Ele me fez bonita. Ele me fez apaixonada. Ele chegou entre cervejas. Ele chegou entre sorrisos e amores. Ele chegou entre mentiras e verdades. Ele chegou na loucura do momento. Ele chegou para durar 5 minutos. Ele chegou para me fantasiar inteira.

Ah...o carnaval! Chegou.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Sempre ele

- Por amor?
- Por ter percebido que ainda treme o corpo inteiro?
- Por ter imaginado como seria esse dia durante 14 meses?
- Por todo dia, sem exceção, pensar nessa possibilidade?
- Por ter sido justamente quando reapareceu, parecendo ter saudade?
- Por ter tido vontade de um monte de coisas, todas proibidas?
- Por ter entendido que realmente tudo acabou?
- Por ter entendido que tudo nunca acabará?

Não, deve ter sido pelo fato de nenhuma palavra ter sido dita. Pela falta de reação. Pela sincronia do susto. Deve ser isso.
Tanto imaginação e nenhum ação.
Sempre será assim. Quanto à isso, já estou ok.