terça-feira, 27 de abril de 2010

Você (de novo e sempre, pra sempre)

Gosto das nossas cores misturadas.
Você quer que eu diga que quero?
Quente ou frio? Morno não.
Preto ou branco? Cinza não.
Embarca nas minhas loucuras?
Eu mergulho fundo nas suas.
Fico com água na boca de pensar. Eu nua, eu sua.
O mundo é nosso. Só nosso. Temos um mundo particular. Ninguém entra, ninguém conhece. Temos os nossos medos, os nossos pecados.
Temos nós. Nós dois.
Não há fim.
Não.
Mesmo.
É um tanto que quase não cabe em mim
Mas eu sou pequenininha, né?

Amiga

Quando eu era adolescente, sonhava com uma melhor amiga perfeita. Uma melhor amiga igual a das minhas amigas. Ficava triste por não ter uma Fernanda ou uma Talita na minha vida. Era um sonho que nem o sonho que uma mulher de vinteemuitosanos tem em encontrar um namoradonoivomarido.
Hoje, o sonho do namoradonoivomarido talvez ainda exista, lá no fundo dos meus desejos. Sabe aqueles desejos que nem nós mesmas conseguimos enxergar? Deve ser isso. Mas, o outro sonho, lá da adolescência, esse eu realizei. Dá mais alegria viver sabendo que tenho uma amiga. Uma. Ela não dirá que o pé está doendo quando o gatinho da festa estiver se aproximando de mim. Ela não vai querer me levar para sentar em um lugar escondido quando ele vier falar comigo. Ela não dirá que ele é feio, desinteressante e que não tem nada a ver comigo sem conhecê-lo. Ela não vai me pedir pra fazer algo que seja apenas bom para ela mesma. Ela não tem inveja de mim, não seduz o meu carinha e torce por mim, do fundo do coração. Ela não implica, não recrimina e não critica. Ela divide e multiplica.
E se ela disser que estou errada, nela eu acredito. Só nela.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

E tudo que eu quero é o calor dos seus braços. Sem nem mesmo conhecer esse calor. Bem que eu disse que não poderia dar certo porque era algo que eu queria muito. E o que eu quero muito, nunca tenho. Enquanto me arrumava, senti o frio na barriga adolescente. Disse pra uma amiga que há uns 10 anos não sentia tanto nervoso ao sair com alguém. Eu te queria demais. E foi demais. Esperei você ligar, olhei pela janela e vi seu carro. Estacionado em frente ao meu prédio. Entrei no carro, sem reação. Bebemos, conversamos e, enfim, nos beijamos.

- Vamos nos ver amanhã?

Como eu queria esse amanhã. Que nunca aconteceu. Nunca acontecerá. Como eu queria me entrelaçar no seu braço e mostrar o quanto sou gostosa. Gostosa só para você. Eu queria o seu cheiro, seu lábio, seu hálito. Eu queria seu sorriso, seu corpo e meu jeito. Você ia gostar. Eu ia apaixonar.

Vem
Vem
Vem
Tô te pedindo, assim baixinho. Imagina... Meu jeitinho atrevido te provocando.

EU TE QUERO E NÃO TEM JEITO.

Deixa
eu
parar
de
sonhar?

Entrega-te!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Você despertou minha paixão mais adolescente.
Platônica!
Tenho tesão em te olhar, te admirar, te querer.
Vem!
Vai ser gostoso. Você é lindo.
Te quero!
Tenho sonhado com você. Seu corpo junto ao meu.
Me agarra!
Quero seus beijos, seus carinhos.
Sem amor!
Mostra que você é bom, delícia.
Me come!
A noite inteira, várias vezes.
Goza!
Depois dorme abraçadinho.

Juro que de você não vou fugir.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Volto menos ao passado do que viajo ao futuro. Por vezes me sinto uma menina patricinha de cabelo liso. Moradora da zona sul, saia jeans e salto plataforma. Perfume francês, hidratante Victoria Secret, esmalte rosa. E eu ainda quero parecer alternativa. Diferente. E eu ainda quero conquistar o intelectual, que meu pai é. No fundo, devo mesmo é querer uma aliança na mão esquerda primeiro, depois na direita. E véu, grinalda, flores e champanhe. E devo querer a ilusão de um amor para a vida toda. Exatamente aquele amor que meu pai tanto me disse não existir.

Devo mesmo querer um marido com carro do ano, restaurante chique e vinho francês. Viagens de compras aos EUA, filhos no Santo Agostinho, Cultura Inglesa. Intercâmbio no Canadá, ou Austrália. Queijo brie com damasco, chopp de 7 reais, pizza de 60. Dias inteiros na academia, fim de semana no Jockey. Eu devo mesmo é querer um homem muito burro e workaholic, que minha mãe vai ter orgulho. Minha avó vai chorar de emoção ao me ver de branco, com um bom partido. Vai agradecer a deus por eu ter me encontrado, já que sua esperança de me ver casando já foi pro brejo a tempos. Vão todos comemorar o meu encontro com o amor, sem nem saber que nunca estive tão desencontrada.

Meu pai, do lado de fora da igreja, vai repetir para todos os convidados que isso, para ele, é uma regressão e que eu não fui criada para isso. Eu vou acreditar que estou feliz, minhas amigas vão me achar linda e ter a sensação de que encontrei o amor da minha vida. Vou morar em um apartamento na Barra, porque melhor que isso só se fosse o Recreio. E, num fim de tarde, vou sentar na minha varanda com um cigarro na mão. Cerveja não fará mais parte da minha dieta porque engorda e não é chique. Cigarro é chique.

Vou sentar na varanda e chorar. Chorar muito. Simplesmente pelo fato de ter comprovado o que sempre soube: o homem da nossa vida nunca será nosso. Quando casamos, o homem da vida passa a ser real. E eu realmente sou uma patricinha de cabelo liso. Senso mais do que comum.

Eu não vou te conquistar nunca. Porque você é tudo que eu sempre quis.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Quem mais poderia ser?

Em meio a tanta tristeza e sofrimento, em meio a tanta desilusão e falta de perspectiva, sempre existe algo de bom. E não estou me referindo ao aprendizado que as lágrimas trazem. Sempre há um fato positivo.

Depois de tanto tempo, te reencontrei. Imaginei por meses e meses como seria esse dia, se existiria esse dia. Achei que não. Achei que talvez fosse ruim ou que talvez fosse tão perfeito que no dia seguinte tudo desabaria por não te ter ao meu lado. Mas, não! Foi muito bom, foi muito gostoso. Você é demais e não foi a toa que me apaixonei tão loucamente. Mas, o melhor de tudo foi saber que tudo se transformou no meu coração. Hoje, para mim, tudo é como sempre foi para você: SEXO!

Foi sensacional. Dormi bem como não dormia há meses e meses. Sonhei que transava com dois dos seus amigos, mas não acordei nenhuma vez durante a madrugada. Não sonhei com você, não acordei pensando em você. Não passei o dia seguinte relembrando as suas frases mentirosas, nem me iludindo com o que nunca acontecerá. Não esperei um e-mail, muito menos o número do seu trabalho piscando no meu celular. Hoje, dias depois, percebi que fizemos tudo o que queríamos (ou quase tudo, por falta de tempo) e que foi isso. E ponto. Acabou. Ou nunca existiu.

Tanto faz.