quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Mágica

Lembro das crianças, enfileiradas, na festa infantil. Atentas, observavam aquele moço de preto, com chapéu quadrado. Ele fazia muitas coisas inexplicáveis e todos queriam entender como aquilo acontecia, qual era o segredo do coelho branco e do pombo que saía voando pela platéia. Coisas inesperadas acontecem e, desde pequenos, queremos entender o porquê, o como, o quando, o quanto e o aonde. Mas não temos respostas para todas as perguntas.
Por isso, conforme fui me tornando um pouco menos criança, fui percebendo que, muitas vezes, o melhor é não buscar explicações. As coisas mais bonitas, são as que não esperamos acontecer, são as que não conseguimos explicar, são as que mal conseguimos de fato entender.
As moedas que saem da orelha do moço nos interessam justamente porque não sabemos como elas surgem. O bonito é o mistério. E a vida é cheia deles. Vivemos sem saber o que pode acontecer logo ali, daqui a pouco. Mas vivemos, fazemos planos, desejamos construir castelos em que caibam muitos coelhos brancos.
Vejo que a felicidade está exatamente no segredo. Na busca de um entendimento que é diferente na cabeça de cada pessoa. Mas, às vezes, duas pessoas podem descobrir o mesmo segredo. E ai....
Ai, os segredos do moço de preto passam a ser muito pouco. Porque a grande mágica agora é a própria vida.

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