sexta-feira, 18 de julho de 2008

Não

Por que com tantas pessoas no mundo nós escolhemos apenas um? E esse um é o responsável pelo sorriso e pela lágrima. Nenhum outro é capaz de conseguir arrancar sentimentos desse coração machucado. Esse um pode fazer o que bem entender, que sempre terá uma resposta: lágrima ou sorriso. Ele terá uma resposta. Quase sempre: lágrima.
E insisto numa estória sem futuro, sem sorrisos. Uma estória sem presente. Ela existe apenas nos meus pensamentos, no meu travesseiro. Ela está cravada na fronha amarela que guardou seu cheiro. Marcada nas fotos retiradas da casa, mas ainda na memória. A escova de dente jogada no lixo, mas ainda ali, no banheiro, a sua lembrança. Os momentos continuam pelos cômodos, na minha cama quebrada.
O celular vibra, mas seria melhor que não. É sempre a mesma decepção quando o visor indica um outro nome. Tantos nomes e nenhum me interessa. Tantas vezes vibrando, mas nunca é você. O tempo passa, e talvez esse vazio também. Talvez algo aconteça para me tirar desse buraco. Não será apenas a minha força. Algo me ajudará a sair desse labirinto, eu sinto isso.
Lembro dos bons momentos. Acho que foram poucos. Sim, poucos, se comparados aos ruins. Se você soubesse de metade das lágrimas que já derramei por você. Ainda bem que não sabe. Não deveria saber de nenhuma delas, na verdade. Vejo que estou perdendo meu tempo, minha vida. Mas algo me prende. Esse algo tão misterioso.
Queria você aqui, no meu quarto. A TV ligada, a cerveja gelada, um cigarro. Muitos papos, carinhos. Nada demais. Uma ruffles. Quem sabe uma pizza? Eu e você. Na cama quebrada. Um abraço que me é tão distante. Mas talvez fosse me tirar um sorriso. Para depois, mais mil lágrimas. E tudo outra vez.
Não.

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