quinta-feira, 15 de julho de 2010

Noite fria e feliz

Fui ao cinema. Sessão lotada para uma quarta-feira chuvosa. Filme bem mais ou menos. Uma mulher alta na minha frente, atrapalhando a segunda linha da legenda. Aos meus lados, dois casais. Um deles, já casado, não me chamou muita atenção. O outro me distraiu nos poucos minutos antes do filme começar. Amigos que estão prestes a iniciar um romance. Desses, bem café com leite. Sem sofrimentos, sem auges de paixão. Aquela relaçãozinha cinema – mac donalds – fantástico. Tudo que eu não quero.

A menina carregava uma pasta, com livros e anotações. Não sabia como agir, devia estar se questionando se ele daria um beijo ao se despedir. O rapaz, um típico nerd da escola. Já com seus 20 e bastante anos. Menos interessante do que a moçoila. Ele falava que teria que chegar em casa e fazer trabalho em grupo pelo msn. Ela ria, fingindo estar adorando a conversa. Ele ainda teria muito o que fazer após o filme, já anunciando que não haveria mac donals depois. Ela pouco falava.

Eu pensei no quanto não quero nada perto disso. De frio, já bastava aquele dia de inverno. No meio do filme, olhei e vi as mãos, uma sobre a outra. Até o momento em que a menina teve uma crise de tosse e o rapaz nada fez para ajudá-la. É tudo que eu não quero. Acabou a sessão. Peguei meu taxi, sozinha. Abri meu vinho, sozinha. Pão australiano com requeijão, sozinha. Deitei no frio e pensei: “Que bom poder ser sozinha. Pelo menos hoje”.

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