quarta-feira, 1 de junho de 2011

Paraíso

Eu queria que vocês entendessem que não vão me levar pra cas(m)a assim tão fácil. Posso estar carente, sozinha e sem sexo. Mas não vou sair abrindo as pernas assim, por um gole a mais de qualquer coisa que me traga ressacas morais gigantescas. Eu já tentei explicar, mas realmente parece que vocês não entendem que a cada vez que insistem afastam a possibilidade de conseguir (apenas) o que querem.

Não há beijo, pegada ou álcool que me façam mudar de idéia. Certa vez levei um menino que estava saindo pela segunda vez. Chegamos na porta do meu prédio e eu disse “quer subir?”. Simples assim. Acreditem se quiser, eu fiz isso. Foi delicioso. Mas acho que muito se deve às provocações virtuais que rolavam antes. Este soube me instigar sem a pressão do “quero te comer a todo custo”.

Não há água, café ou saideira que justifique o passe livre na minha casa. Gosto muito dela, cuido com todo amor e displicência inerente à minha personalidade. Tenho orgulho mesmo do meu espaço e sou chata e individualista. É a MINHA casa. E eu não vou tornar a situação assim tão fácil para você. Eu pago contas, lavo roupa, vou ao mercado, faço sopa instantânea, varro, compro plantas e prego quadros.

Qual a possibilidade deu abrir as portas do paraíso pra qualquer um?

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