segunda-feira, 30 de maio de 2011

Vazio (mais um)

Sem sal. Nem açúcar. Cinza como os últimos dias de maio no Rio de Janeiro. Mais uma noitada, mais uma derrota. Estamos sempre em busca e quando não há busca, há vazio. É preciso um corpo para aquecer esse inverno. Falta até tesão. Deve ser a idade. Ficam mais prioritários o cinema e a pipoca. Eca!

Ainda bem que tenho dois cobertores. E ninguém pra dividir. Tem feito frio, tenho tido preguiça de começar e quando olho em volta não quero mais os mesmos beijos sem graça. Começo a acreditar no que meus pais me diziam: não é a paixão, é a situação. A pessoa precisa estar procurando. Não existe muito isso de quando é a pessoa, é o momento. Na verdade, é o oposto. O momento faz a pessoa.

Mas hoje as mulheres têm sido tão fáceis (e me incluo nessa) que não há motivo para que os homens mantenham-se com uma única. Se eles podem ter a mim e a todas as minhas amigas quase que ao mesmo tempo, por que escolher apenas uma? Por outro lado, se nós mulheres não aceitarmos algumas dessas situações, ficaremos assim como a minha chefe: sem nenhum amiguinho para dar uma alegrada na quarta-feira cinza.

Realmente não sei o que tem me feito mais feliz. Sexos casuais que terminam em lágrimas na manhã seguinte ou vida solitária sem uma história para contar? No primeiro caso, vive-se na roda gigante, no segundo, vive-se um vazio concreto. Porém, casos e mais casos aumentando a lista de tamanho, grossura e formato de perus também trazem vazio sentimental.

Resta saber qual o tipo de vazio se adéqua melhor a mim.

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