sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Portas

É. O problema está mesmo na enorme quantidade de portas. Ficam todos à procura da felicidade. A procura do par perfeito, do amor ideal, do homem da vida. Encontram qualquer um, no meio da rua, numa festa, na padaria. Beijam, transam, trocam algumas palavras. E caem na ilusão. Ilusão de ter encontrado o par perfeito, o amor ideal, o homem da vida. Ilusão de existir o par perfeito, o amor ideal, o homem da vida.

Não é possível nada disso. Não existe nada disso. Porque temos muitas opções de porta. A porta que nos leva ao saradão de pau pequeno, mas que dá pra tirar mó onda. A porta do intelectual, bom de papo, mas péssimo de cama. A porta do alternativo, com uma puta pica, mas que não se satisfaz nem comendo a torcida do Flamengo. A porta do quadradão, apaixonado, mas que não tem virilidade, como diria alguém. A porta do paulista, lindinho, mas que ta lá em São Paulo. A porta daquele que chupa loucamente, mas é obsessivo como ninguém.

A porta do sexo por uma noite, a porta da homossexualidade, a porta da amante, a porta do relacionamento aberto, a porta do casamento na igreja, a porta do namoro de 3 meses, a porta do amor de carnaval, a porta do swing...

Com tantas portas, como saber se estamos entrando na melhor? Como ter satisfação com apenas uma, se podemos testar todas?

A culpa não é minha, não é sua. A culpa é da modernidade e de suas portas.


Será que para entrar em uma nova porta precisamos sair daquela que estamos?

Um comentário:

Brrrruna disse...

Por essas e outras que agora eu só quero saber de corredor. Que entrar em porta, que nada...