quinta-feira, 5 de março de 2009

Babaca

A igreja católica me enoja. Sim, me enoja e eu não sinto nenhuma culpa ao dizer isso. Lembro que ainda novinha li numa entrevista de um tal bispo (não gasto meus neurônios decorando nomes desse tipo de gente) uma afirmação que me chocou. Era uma matéria sobre métodos anti-concepcionais, assunto cuja igreja defende idéias para lá de duvidosas. Que usar camisinha é pecado, todos nós já sabemos. Diante disso, o jornalista, então, perguntava ao bispo o que uma esposa deveria fazer caso o seu marido adquirisse o vírus do HIV por meio de uma transfusão sanguinea. Sem titubear, o religioso respondeu: No amor, tudo deve ser dividido.

Conto essa história sempre que o assunto “religião” vem à tona. E minha mãe continua querendo me converter.

Enfim, mas hoje quero falar sobre algo que realmente me tirou do sério. Depois de dias de trabalho intenso, resolvi fazer uma pausa de 5 minutos para ler pelo menos as manchetes do globo.com. Foi então que me deparei com o seguinte: “Menina de 9 anos aborta: mãe e médicos excomungados”.
Claro que eu estava acompanhando essa crueldade feita com a criança. Mas, ao ler que mãe e médicos foram excomungados, fiquei realmente enfurecida. Para mim, não faz diferença nenhuma ser excomungada ou não. Porém, para muitas pessoas, isso pode ser motivo de vida. Vejam o caso da menina de 11 anos, também estuprada, que está correndo risco de morte, por não ter abortado. Por que ela não tirou esse filho? Simplesmente porque a ignorância, que infelizmente é uma realidade brasileira, não permitiu que a mãe da criança entendesse que a vida de sua filha e de seu futuro neto é muito mais importante do que as regras idiotas da igreja católica.
Espero que mãe e médicos agradeçam a excomunhão. Porque permitiram que uma vida continuasse. E, quem sabe daqui há alguns anos, uma outra vida surja de dentro dessa menina, que então já será madura para ser mãe de verdade e defender sua cria de ideais religiosos.
Quanta babaquice!

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