sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Tempo
Odeio concordar com esses ditados populares, mas hoje não tem jeito. "O tempo é o melhor remédio". Realmente. Pena que o efeito não é imediato. Puta que pariu gritado bem alto. Esse tempo que não passa e eu ansiosa para que ele seja meu remédio.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Irmão
A gente reclama que o tempo passa rápido demais. Mas vive torcendo para que o dia de trabalho termine logo, para que chegue sexta-feira, para que a aula acabe. Dizemos que cada ano que passa é mais rápido, mas reclamamos incessantemente da rotina. Tudo muito contraditório. Fato é que eu faço parte dessas pessoas que falam da velocidade do tempo. Outro dia meu irmão fez 18 anos. Maior de idade. Assim, de uma hora para outra. Fechei os olhos, acordei e lá estava ele, falando das aulas da auto-escola. Tô ficando velha.
Até outro dia ele era um neném, desses de cabelo branco, de tão loiro. Lindo de morrer. Corujise a parte, ele era a criança mais bonita que já vi. A pele ficava marcada com qualquer toque, o que me ferrava, porque nas brigas eu sempre levava a culpa, acusada de agressão. Aquelas manchas roxas eram suas aliadas. Parecia que eu tinha esmurrado a criança. Que nada. Amor da minha vida.
Tocou meu telefone na sexta-feira, véspera de carnaval. Minha mãe, em pânico, dizia que um adolescente tinha ligado dizendo que meu irmão(zinho) estava caído de bêbado num bloco de carnaval. Meu Deus!!! Mas ele é uma criança. Crianças não bebem. Fui atrás dele para constatar o pior: ele não estava bêbado. Estava PEGANDO uma mulher. Palavras dele. Meu Deus!! Criança não pega mulher. Pelo contrário, meninos pequenos nem gostam de mulher.
Tá bom, me conformei. Ele não é mais uma criança. Muito menos aquele neném de cabelos brancos. Ele dormia com um paninho. Minha mãe só deixava eu pegar ele no colo quando estava sentada. Ela achava que eu era boba né? Pegar no colo sentada, não é pegar no colo. Pegar no colo é sair andando por aí com o bebê nos braços. Tudo bem, eu tinha 7 anos.
Agora estou com 24. E meu irmão com 18. Ele sai a noite, bebe, PEGA MULHER. Puta que pariu! O tempo passa rápido pra caralho. Daqui a pouco vai entrar pela minha casa uma patricinha, dessas que eu odeio, de mãos dadas com ele. Aí eu que serei adolescente. Vou colocar pimenta na Coca Light dela. Posso? Ou é muita maldade? Ahhh....ela que me aguarde!
Até outro dia ele era um neném, desses de cabelo branco, de tão loiro. Lindo de morrer. Corujise a parte, ele era a criança mais bonita que já vi. A pele ficava marcada com qualquer toque, o que me ferrava, porque nas brigas eu sempre levava a culpa, acusada de agressão. Aquelas manchas roxas eram suas aliadas. Parecia que eu tinha esmurrado a criança. Que nada. Amor da minha vida.
Tocou meu telefone na sexta-feira, véspera de carnaval. Minha mãe, em pânico, dizia que um adolescente tinha ligado dizendo que meu irmão(zinho) estava caído de bêbado num bloco de carnaval. Meu Deus!!! Mas ele é uma criança. Crianças não bebem. Fui atrás dele para constatar o pior: ele não estava bêbado. Estava PEGANDO uma mulher. Palavras dele. Meu Deus!! Criança não pega mulher. Pelo contrário, meninos pequenos nem gostam de mulher.
Tá bom, me conformei. Ele não é mais uma criança. Muito menos aquele neném de cabelos brancos. Ele dormia com um paninho. Minha mãe só deixava eu pegar ele no colo quando estava sentada. Ela achava que eu era boba né? Pegar no colo sentada, não é pegar no colo. Pegar no colo é sair andando por aí com o bebê nos braços. Tudo bem, eu tinha 7 anos.
Agora estou com 24. E meu irmão com 18. Ele sai a noite, bebe, PEGA MULHER. Puta que pariu! O tempo passa rápido pra caralho. Daqui a pouco vai entrar pela minha casa uma patricinha, dessas que eu odeio, de mãos dadas com ele. Aí eu que serei adolescente. Vou colocar pimenta na Coca Light dela. Posso? Ou é muita maldade? Ahhh....ela que me aguarde!
Felicidade
Trimmmmm!!!!! O barulho do interfone interrompeu a atenção da menina, no meio da novela. O interfone sempre vinha antes da campanhia. Ao abrir a porta, aquele beijinho seguido de um abraço. Sim, ao se cumprimentarem, ainda existiam os gestos carinhosos. E eles lutariam para que esse chamegos resistissem ao tempo. Ultimamente, os abraços tinham um novo cheiro. Um perfume que ela achava delicioso. E ficava feliz por perceber que ele se preocupava em estar cheiroso para ela. Maravilhoso saber que o outro gosta de agradar.
Na cozinha, é hora de colocar as cervejas no congelador. Para isso, ele tira todos as guloseimas-engordativas-congeladas do freezer. Ela observa. Com aquele olhar apaixonado. Cada gesto é lindo. Ela sabe que está vivendo o que sempre quis. Parece que achou o que procurava. Caramba. Já tinha perdido as esperanças e até estava buscando sambas na zona sul. Mas, como diriam todos os amigos: “as coisas acontecem quando menos esperamos”. Podia voltar a frequentar a Lapa. E aquela cerveja na geladeira trazia uma felicidade que a menina até evitava comentar.
É a paixão que agora se tornava real. Dividiam a mesma lata de cerveja, comiam no mesmo prato, as pernas sempre entrelaçadas. Não desgrudavam. E se a menina demorasse mais de 5 minutos na cozinha, logo ouvia um grito de “cadê você?”. Eles queriam e precisavam estar juntos o tempo todo. Em frente ao computador, só era necessária uma cadeira. Ela sempre no colo dele. Até quanto aos programas de TV eles estavam de acordo. Ele via novela e ela, futebol.
As duas escovas de dente. As duas toalhas. Uma só cama. E a casa agora tinha aquele cheiro de “casal feliz”, que tantos sonham. A menina transbordava de alegria, mas lembrava de uma amiga de infância que uma vez disse a ela que era para provocar inveja que ela se dizia tão feliz. Agora, então, a menina feliz era quietinha. Mas quem a conhecia via em seus olhos e sorrisos tamanha alegria. Eles tinham se encontrado. Ele estava começando a acreditar que a vida prega peças mesmo, mas um dia as pessoas se encontram.
Do seu lado, ele se sentia seguro. Dizia não gostar de falar sobre sentimentos, mas nas crises de carência fazia declarações. E ela anotava todas as frases bonitas, em um caderninho do ursinho Pooh. Que ele disse querer ler, mas só daqui há dez anos. Ela sentia que a confiança começava a existir. O mais difícil em um relacionamento, principalmente com o histórico dos dois. Mas eles não desistiam. Começavam a acreditar de verdade na relação.Naquela noite, entre os carinhos, cairam no sono. Acordaram às 4 da manhã, com desejo de estar mais juntos do que a física permite. Encaixaram-se, um dentro do outro, e voltaram a dormir. Mais juntos, impossível...
Na cozinha, é hora de colocar as cervejas no congelador. Para isso, ele tira todos as guloseimas-engordativas-congeladas do freezer. Ela observa. Com aquele olhar apaixonado. Cada gesto é lindo. Ela sabe que está vivendo o que sempre quis. Parece que achou o que procurava. Caramba. Já tinha perdido as esperanças e até estava buscando sambas na zona sul. Mas, como diriam todos os amigos: “as coisas acontecem quando menos esperamos”. Podia voltar a frequentar a Lapa. E aquela cerveja na geladeira trazia uma felicidade que a menina até evitava comentar.
É a paixão que agora se tornava real. Dividiam a mesma lata de cerveja, comiam no mesmo prato, as pernas sempre entrelaçadas. Não desgrudavam. E se a menina demorasse mais de 5 minutos na cozinha, logo ouvia um grito de “cadê você?”. Eles queriam e precisavam estar juntos o tempo todo. Em frente ao computador, só era necessária uma cadeira. Ela sempre no colo dele. Até quanto aos programas de TV eles estavam de acordo. Ele via novela e ela, futebol.
As duas escovas de dente. As duas toalhas. Uma só cama. E a casa agora tinha aquele cheiro de “casal feliz”, que tantos sonham. A menina transbordava de alegria, mas lembrava de uma amiga de infância que uma vez disse a ela que era para provocar inveja que ela se dizia tão feliz. Agora, então, a menina feliz era quietinha. Mas quem a conhecia via em seus olhos e sorrisos tamanha alegria. Eles tinham se encontrado. Ele estava começando a acreditar que a vida prega peças mesmo, mas um dia as pessoas se encontram.
Do seu lado, ele se sentia seguro. Dizia não gostar de falar sobre sentimentos, mas nas crises de carência fazia declarações. E ela anotava todas as frases bonitas, em um caderninho do ursinho Pooh. Que ele disse querer ler, mas só daqui há dez anos. Ela sentia que a confiança começava a existir. O mais difícil em um relacionamento, principalmente com o histórico dos dois. Mas eles não desistiam. Começavam a acreditar de verdade na relação.Naquela noite, entre os carinhos, cairam no sono. Acordaram às 4 da manhã, com desejo de estar mais juntos do que a física permite. Encaixaram-se, um dentro do outro, e voltaram a dormir. Mais juntos, impossível...
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Canadá
Impressionante como determinadas coisas marcam nossa vida. E outras acontecem quase que mecanicamente. De um tempo pra cá tenho pensado em como essa vida nos surpreende. Quando menos esperamos, tudo pode mudar. Hoje estou aqui, sentada numa mesa de escritório, observando as pessoas trabalhando ao meu redor. Há 6 meses atrás, eu estava lá do outro lado, provavelmente tomando um capuccino cheio de creme. “With cream, please”. Eles acham o máximo andar com aqueles copos pela rua.
Morrava num apartamento que achava tudo de bom. Quatro companheiros de quarto. Uma bagunça. No chão da cozinha era praticamente impossível pisar porque o lixo transbordava e as cascas de ovo faziam um tapete junto com as embalagens de queijo industrializado. Eram três apartamentos com quatro pessoas em cada. Quase um albergue.
Minha mãe chegou lá para me visitar. Ou melhor, para me buscar. Ficou horrorizada com o prédio em que eu morava e o estado de calamidade do apartamento. Eu achava tudo ótimo. Até organizado demais. Cada pessoa tinha suas coisas na geladeira e isso era super respeitado. Haviam quatro manteigas, quatro ketchups, quatro maioneses. E olha que as embalagens lá não são nada pequenas. Isso não é organização? Ninguém podia “roubar” nem uma colher de manteiga do outro. Fala sério né mãe, super organização!
Enfim, eu adorava. E as pessoas que lá moravam também. Muita gente passou por lá enquanto eu era moradora do prédio. E acredita que eu, mesmo com minha característica de chatonilda, tenho saudade de todos eles? Talvez o único que não me faça falta seja o japonês que disse que eu era mal-comida. De resto, todos eles foram extremamente especiais. Cada um com seu sotaque.
E aquela época não volta mais. Outro dia eu soube que os três apartamentos agora são habitados por outros brasileiros, desconhecidos por todos nós. Mas pelo menos ficam as raízes. Eles devem estar pisando em ovos. E vivendo momentos em que só saberão da importância depois de aterrizar em São Paulo. São lembranças que ficam, de uma época que não volta mais.
Brindemos a esses 6 meses com uma pitcher e uma porção de nachos?
Morrava num apartamento que achava tudo de bom. Quatro companheiros de quarto. Uma bagunça. No chão da cozinha era praticamente impossível pisar porque o lixo transbordava e as cascas de ovo faziam um tapete junto com as embalagens de queijo industrializado. Eram três apartamentos com quatro pessoas em cada. Quase um albergue.
Minha mãe chegou lá para me visitar. Ou melhor, para me buscar. Ficou horrorizada com o prédio em que eu morava e o estado de calamidade do apartamento. Eu achava tudo ótimo. Até organizado demais. Cada pessoa tinha suas coisas na geladeira e isso era super respeitado. Haviam quatro manteigas, quatro ketchups, quatro maioneses. E olha que as embalagens lá não são nada pequenas. Isso não é organização? Ninguém podia “roubar” nem uma colher de manteiga do outro. Fala sério né mãe, super organização!
Enfim, eu adorava. E as pessoas que lá moravam também. Muita gente passou por lá enquanto eu era moradora do prédio. E acredita que eu, mesmo com minha característica de chatonilda, tenho saudade de todos eles? Talvez o único que não me faça falta seja o japonês que disse que eu era mal-comida. De resto, todos eles foram extremamente especiais. Cada um com seu sotaque.
E aquela época não volta mais. Outro dia eu soube que os três apartamentos agora são habitados por outros brasileiros, desconhecidos por todos nós. Mas pelo menos ficam as raízes. Eles devem estar pisando em ovos. E vivendo momentos em que só saberão da importância depois de aterrizar em São Paulo. São lembranças que ficam, de uma época que não volta mais.
Brindemos a esses 6 meses com uma pitcher e uma porção de nachos?
Saudade
Vejo as estrelas da minha janela, a brisa quente do verão entra pela fresta que está aberta. Meu corpo esticado na cama sente um calor há mto distante. Pessoas passam pelas ruas aproveitando cada momento da curta estação do ano, que tanto foi esperada. Parece que a vida muda com a chegada do verão. Nós, sul-americanos, não damos valor ao clima. Não imaginamos o quanto isso é valioso em países do hemisfério norte. São 10 da noite, o céu ainda azul sereno, com as estrelas começando a brilhar. Os casais, famílias e amigos, felizes…embaixo da minha janela. Ouço vozes, risadas e até mesmo passos. Moro no primeiro andar e a cidade aqui é silenciosa. Cidade pequena, rua calma, poucos carros. Acredite, escuto mais barulho de gente do que de buzina. Talvez aqui nem exista esse componente automobilístico. Buzina? Acho que no primeiro mundo isso é proibido, sob risco de multa. Na verdade não entendo porque aqui existe multa. As leis são cumpridas. Sempre, por todos.
Mas eu não quero aceitar as leis. Eu quero corronpê-las. Quero viver intensamente como sempre vivi. Muitos me chamam de louca, maluca. Nao entendo o porquê disso. Talvez pela minha coragem? Por não ter medo de mergulhar de cabeca? A melhor amiga conta que mergulho em águas geladas sem nem saber se haverá toalhas depois; e ainda diz que eu a levo junto. Que bom! Quero mesmo fazer as pessoas terem coragem de encarar o frio. Eu nao quero esse calor de verao canadense. Quero ouvir as buzinas, sair do trabalho às 6 da tarde com o céu escuro. O céu claro às 10 da noite é lindo, mas…aonde estão os carros, e as ruas de Copacabana?
Num dos muitos apartamentos de Copacabana, ouve-se o barulho de uma mensagem que chega de madrugada. Se este bipe nao for suficiente para despertar meu sono, logo em seguida o toque do celular fará seu papel. Por volta das 5 da manha, quando a night termina e bate aquela sensação pós-efeito etílico de “qual é o sentido desta vida solta”. Qual o sentido de não ter um pé para entrelacar nos seus no meio da noite. As 5 da manha, com o sol nascendo e a sobriedade começando a voltar às mentes, sentimos saudades. O resto do alcool no sangue é o responsavel pelo movimento do dedo que aperta a tecla “Send”. Pronto, meu telefone tocou. E na telinha piscando eu leio seu nome. Dou um pulo da cama. Com o coracao disparado, finjo pensar se devo ou não atender. Mas, para que me enganar? Eh claro que sempre atendo. Essas são as ligações mais carregadas de declarações de amor. Promessas, planos, vontades.
Depois de horas e horas, com o sol carioca ja chamando para a praia, desligamos. Tento dormir, nao consigo. As idéias correm pela cabeça, se cruzam com o que acho certo e o que realmente acontece. Os fatos se chocam. Os questionamentos surgem. Por que ele nao estava ali em Copacabana? Ou eu no bairro ao lado…tanto fazia…nao pecisamos de muita coisa…apenas de quatro paredes…ou mesmo a rua seria interessante. Ele disse que gosta, coisas de adolescentes que despertam tesão em adultos.
Nos gostamos, nos queremos. Muito. Fazemos planos segretos. Imaginamos um monte de coisas. Um mundo muitas vezes chamado de fantasia. Fantasia porque ele assim quer. Porque eu transformaria tudo isso em realidade. No dia 11 de setembro. Sem um dia de atraso. Nao esperaria nem mais um segundo. A saudade corrói.
Ja sao 11 e meia, o céu já está preto. As estrelas mais brilhantes. Uma fatia de lua me dá boa noite, como quem quer dizer “esquece isso”. Não, Lua, a piscina é gelada, mas estamos no verão.
Mas eu não quero aceitar as leis. Eu quero corronpê-las. Quero viver intensamente como sempre vivi. Muitos me chamam de louca, maluca. Nao entendo o porquê disso. Talvez pela minha coragem? Por não ter medo de mergulhar de cabeca? A melhor amiga conta que mergulho em águas geladas sem nem saber se haverá toalhas depois; e ainda diz que eu a levo junto. Que bom! Quero mesmo fazer as pessoas terem coragem de encarar o frio. Eu nao quero esse calor de verao canadense. Quero ouvir as buzinas, sair do trabalho às 6 da tarde com o céu escuro. O céu claro às 10 da noite é lindo, mas…aonde estão os carros, e as ruas de Copacabana?
Num dos muitos apartamentos de Copacabana, ouve-se o barulho de uma mensagem que chega de madrugada. Se este bipe nao for suficiente para despertar meu sono, logo em seguida o toque do celular fará seu papel. Por volta das 5 da manha, quando a night termina e bate aquela sensação pós-efeito etílico de “qual é o sentido desta vida solta”. Qual o sentido de não ter um pé para entrelacar nos seus no meio da noite. As 5 da manha, com o sol nascendo e a sobriedade começando a voltar às mentes, sentimos saudades. O resto do alcool no sangue é o responsavel pelo movimento do dedo que aperta a tecla “Send”. Pronto, meu telefone tocou. E na telinha piscando eu leio seu nome. Dou um pulo da cama. Com o coracao disparado, finjo pensar se devo ou não atender. Mas, para que me enganar? Eh claro que sempre atendo. Essas são as ligações mais carregadas de declarações de amor. Promessas, planos, vontades.
Depois de horas e horas, com o sol carioca ja chamando para a praia, desligamos. Tento dormir, nao consigo. As idéias correm pela cabeça, se cruzam com o que acho certo e o que realmente acontece. Os fatos se chocam. Os questionamentos surgem. Por que ele nao estava ali em Copacabana? Ou eu no bairro ao lado…tanto fazia…nao pecisamos de muita coisa…apenas de quatro paredes…ou mesmo a rua seria interessante. Ele disse que gosta, coisas de adolescentes que despertam tesão em adultos.
Nos gostamos, nos queremos. Muito. Fazemos planos segretos. Imaginamos um monte de coisas. Um mundo muitas vezes chamado de fantasia. Fantasia porque ele assim quer. Porque eu transformaria tudo isso em realidade. No dia 11 de setembro. Sem um dia de atraso. Nao esperaria nem mais um segundo. A saudade corrói.
Ja sao 11 e meia, o céu já está preto. As estrelas mais brilhantes. Uma fatia de lua me dá boa noite, como quem quer dizer “esquece isso”. Não, Lua, a piscina é gelada, mas estamos no verão.
Celular
Era do celular. Que saco! Isso significa que temos que estar disponível sempre, a qualquer momento. Temos que ouvir o celular dentro da boate, temos que parar a reunião para atendê-lo, temos que dormir com ele ligado, temos que deixá-lo no vibracall no cinema. Até na hora do banho ele tem que nos acompanhar.
Precisamos estar presente o tempo todo. Basta um domingo em que você desligue o telefone de casa, coloque o celular no silencioso e fique offline no msn para que no dia seguinte uma boa galera comente: “Nossa!! Você sumiu ontem!” Eu sumi? Não...eu apenas não quis ter contato com pessoas. Quis viver pelo menos um pouquinho dentro da minha toca, com meus pensamentos, minhas neuroses, augústias e reflexões.
Mas a sociedade não me permite isso. Tenho que estar constantemente em comunicação com todos. Com a galera. E eu não tenho escolha. Quando “sumo”, muitos fantasiam sobre “o que eu posso estar fazendo” em pleno domingo de sol. E aí já vem a conclusão de que eu não estou bem, devo estar triste, deprimida, reclusa.
Meu Deus! Quantas cobranças! Será que já não bastam as 8 horas diárias que tenho que passar em um trabalho que odeio? Será que não é sufiente a constante necessidade de estudar sem parar para conseguir um lugar no mercado? Será que é pouco ter que enfrentar o trânsito de Copacabana, as filas do supermercado e a poeira no chão de casa? São muitas obrigações. E até mesmo no domingo eu tenho que estar disponível no celular, no fixo e no msn.
Não! Eu não quero! Quero privacidade. Quero um pouco de espaço. Quero curtir momentos só meus. Ou meus e dele. Fiquem tranquilos, eu estou ótima. Só quero um pouco de espaço.
Precisamos estar presente o tempo todo. Basta um domingo em que você desligue o telefone de casa, coloque o celular no silencioso e fique offline no msn para que no dia seguinte uma boa galera comente: “Nossa!! Você sumiu ontem!” Eu sumi? Não...eu apenas não quis ter contato com pessoas. Quis viver pelo menos um pouquinho dentro da minha toca, com meus pensamentos, minhas neuroses, augústias e reflexões.
Mas a sociedade não me permite isso. Tenho que estar constantemente em comunicação com todos. Com a galera. E eu não tenho escolha. Quando “sumo”, muitos fantasiam sobre “o que eu posso estar fazendo” em pleno domingo de sol. E aí já vem a conclusão de que eu não estou bem, devo estar triste, deprimida, reclusa.
Meu Deus! Quantas cobranças! Será que já não bastam as 8 horas diárias que tenho que passar em um trabalho que odeio? Será que não é sufiente a constante necessidade de estudar sem parar para conseguir um lugar no mercado? Será que é pouco ter que enfrentar o trânsito de Copacabana, as filas do supermercado e a poeira no chão de casa? São muitas obrigações. E até mesmo no domingo eu tenho que estar disponível no celular, no fixo e no msn.
Não! Eu não quero! Quero privacidade. Quero um pouco de espaço. Quero curtir momentos só meus. Ou meus e dele. Fiquem tranquilos, eu estou ótima. Só quero um pouco de espaço.
Nãomorado
Quanto mais “velhas” vamos ficando, mais aumentam as pressões da sociedade, da família e até dos amigos. Nos almoços de família, sempre tem uma tia que pergunta: “Já arranjou um namorado?” Como se o fato de ser solteira fosse sinônimo de problema. “Não tia, não arranjei um namorado. Graças a Deus, por que quero férias daqueles estresses de um relacionamento a dois”. E a minha tia pensa: “Coitada, está se enganando, está parecendo tão sozinha, mas não consegue se envolver com ninguém”. Não consigo não, eu simplesmente não quero.
Quero acordar no sábado e resolver aonde eu vou almoçar. Quero sair para dançar no lugar que eu mais gosto. Quero acordar de ressaca no domingo e tomar uma Coca-Cola às 9 da manhã, sem ninguém me regulando. Quero ver o Fantástico inteiro sem mudar de canal nem nos comerciais. Pois é, eu gosto de Fantástico. Quero comer um crêpe lotado de catupiry deitada na cama. Se sujar o lençol, o problema é meu. Só meu. Sou eu que vou lavar mesmo.
Quero chegar em casa do trabalho e desligar todos os telefones sem ninguém para achar que eu “estou dando o perdido”. Quero chegar às 6 da manhã bêbada, quero olhar pro gatinho húngaro, quero beijar o sujo-descalço. Quero achar que a vida é uma festa, é surfe-praia-verão. E acordar para o trabalho no dia seguinte achando que estou curtindo muito a vida.
Quero fazer todas as besteiras possíveis, beber todas as cervejas do ambulante, misturar com cachaça. Quero voltar falando merda no taxi, enquanto o motorista ri da minha cara. Quero dormir com os pés sujos de Odisséia, porque é claro que eu não os lavo quando chego. Quero comer o salsichão da Lapa, beber de graça com algum gringo e sentir que as mulheres, finalmente, estão mais espertas que os homens. Sentir que agora eles que são os “otários-coitados” das relações.
“Desculpa, tia. Mas eu não quero um namorado.”
Quero acordar no sábado e resolver aonde eu vou almoçar. Quero sair para dançar no lugar que eu mais gosto. Quero acordar de ressaca no domingo e tomar uma Coca-Cola às 9 da manhã, sem ninguém me regulando. Quero ver o Fantástico inteiro sem mudar de canal nem nos comerciais. Pois é, eu gosto de Fantástico. Quero comer um crêpe lotado de catupiry deitada na cama. Se sujar o lençol, o problema é meu. Só meu. Sou eu que vou lavar mesmo.
Quero chegar em casa do trabalho e desligar todos os telefones sem ninguém para achar que eu “estou dando o perdido”. Quero chegar às 6 da manhã bêbada, quero olhar pro gatinho húngaro, quero beijar o sujo-descalço. Quero achar que a vida é uma festa, é surfe-praia-verão. E acordar para o trabalho no dia seguinte achando que estou curtindo muito a vida.
Quero fazer todas as besteiras possíveis, beber todas as cervejas do ambulante, misturar com cachaça. Quero voltar falando merda no taxi, enquanto o motorista ri da minha cara. Quero dormir com os pés sujos de Odisséia, porque é claro que eu não os lavo quando chego. Quero comer o salsichão da Lapa, beber de graça com algum gringo e sentir que as mulheres, finalmente, estão mais espertas que os homens. Sentir que agora eles que são os “otários-coitados” das relações.
“Desculpa, tia. Mas eu não quero um namorado.”
Chatice
Pois é...eu faço parte da grande maioria das pessoas que tem Orkut. Graças a Deus que não sou daquelas que passam o dia conectadas, entrando nas páginas de todas as loirinhas gostosas. Mas outro dia, confesso que fuxiquei umas comunidades e....descobri uma que é a minha cara: “tenho preguiça das pessoas”. Confesso, eu sou anti-social pra caralho. Não tenho o menor saco para aquelas conversas de elevador, salão de beleza e escritório. Puta que pariu, as pessoas são muito chatas.
Desculpe, mas não me interessa nem um pouco saber sobre o corte de cabelo da Maria Paula. Parece brincadeira, mas outro dia eu liguei pra minha mãe DE-SES-PE-RA-DA dizendo que tinha cortado meu cabelão e que estava careca. Sabe qual foi a primeira coisa que ela me perguntou? “Você fez o corte igual o do Maria Paula?” Caraca! Esta é uma personagem da novela das 8. Eu teria que lembrar dela na hora de cortar meus cabelos?
Numa outra ocasião estava fazendo nada no trabalho, como sempre, e a menina que senta ao meu lado comentou, num tom de euforia: “Nasceram os filhos da Jennifer Lopez!!!!!” E ela sentiu vergonha por mim quando eu respondi: “Nem sabia que ela estava grávida...” Eu estou realmente por fora né? Não tenho cultura geral nenhuma para conversar com as pessoas....será que é por isso que eu acho todo mundo um saco?
De qualquer maneira, eu confesso que não faço o menor esforço para ser a simpática da galera. Quando começam aqueles assuntos de beleza, dieta e academia, eu já caio fora. Sou totalmente contra qualquer tipo de moda. Ás vezes acho que eu é que sou muito chata. Muito diferente dos outros né? Estou sempre reclamando das patricinhas que têm medo de chuva. O que eu tenho a ver com isso? Por que esssas pessoas me incomodam tanto? É....acho que eu que sou estranha mesmo....
Mas mesmo assim, “eu tenho preguiça das pessoas. Elas são muito chatas”.
Desculpe, mas não me interessa nem um pouco saber sobre o corte de cabelo da Maria Paula. Parece brincadeira, mas outro dia eu liguei pra minha mãe DE-SES-PE-RA-DA dizendo que tinha cortado meu cabelão e que estava careca. Sabe qual foi a primeira coisa que ela me perguntou? “Você fez o corte igual o do Maria Paula?” Caraca! Esta é uma personagem da novela das 8. Eu teria que lembrar dela na hora de cortar meus cabelos?
Numa outra ocasião estava fazendo nada no trabalho, como sempre, e a menina que senta ao meu lado comentou, num tom de euforia: “Nasceram os filhos da Jennifer Lopez!!!!!” E ela sentiu vergonha por mim quando eu respondi: “Nem sabia que ela estava grávida...” Eu estou realmente por fora né? Não tenho cultura geral nenhuma para conversar com as pessoas....será que é por isso que eu acho todo mundo um saco?
De qualquer maneira, eu confesso que não faço o menor esforço para ser a simpática da galera. Quando começam aqueles assuntos de beleza, dieta e academia, eu já caio fora. Sou totalmente contra qualquer tipo de moda. Ás vezes acho que eu é que sou muito chata. Muito diferente dos outros né? Estou sempre reclamando das patricinhas que têm medo de chuva. O que eu tenho a ver com isso? Por que esssas pessoas me incomodam tanto? É....acho que eu que sou estranha mesmo....
Mas mesmo assim, “eu tenho preguiça das pessoas. Elas são muito chatas”.
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